BoraPraOutra!: Carlos Páez Vilaró

Carlos Páez Vilaró.
Disponível em http://trips.behar.net.br/uruguai-terceiro-dia/
Acesso em 12.08.2011

O famoso artista plástico Carlos Páez Vilaró nasceu em em 1° de novembro de 1923 em Montevidéu, Uruguai. Durante sua trajetória fez um pouco de tudo: pintor, escultor, arquiteto, ceramista, escritor e até mesmo cineasta.

Com 16 anos mudou-se para Buenos Aires onde trabalhou como aprendiz de impressão mas não durou muito a sua permanência na capital argentina, no ano seguinte voltou para a sua cidade natal onde começou a desenvolver um grande interesse pela cultura afro-uruguaia começando assim a estudar o Candomblé e outras danças típicas africanas.

Em 1956 o artista foi convidado a expor alguns de seus trabalhos no Museu de Arte Moderna de Paris, começando assim a aumentar a sua fama cada vez mais.

Dois anos mais tarde a famosa Casapueblo, obra mais conhecida do artista, começa a ter vida através da construção de "A Pioneira", uma pequena casinha feita de lata que servia como ateliê para o artista.

Casapueblo, Punta Ballena.
Disponível em http://www.espacoturismo.com/internacionais/america/casapueblo
Acesso em 12.08.2011

A Casapueblo está localizada em Punta Ballena no Uruguai em um belíssimo penhasco com uma vista de tirar o fôlego.

De uma casinha de lata, a casa foi aumentando e sua estrutura foi sendo coberta de cimento e cal até chegar ao que é hoje, um grande museu, galeria de arte, ateliê, hotel e restaurante. Suas principais característica são a cor branca que é dominante, a ausência de linhas retas e o fato de ser construída em etapas como um ninho de João de Barro, pássaro muito comum naquela região.

A sua profunda amizade com Vinícios de Moraes inspirou o compositor a criar para seus netos a música "A Casa", aquela famosa canção infantil que conta sobre uma casa muito engraçada que não tinha teto não tinha nada... Porém poucos conhecem a sequência original...

"Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, porque penico não tinha ali, mas era feita com pororó, era a casa de Vilaró".

Vilaró conviveu ao longo de sua vida com grandes mestres como Picasso e Salvador Dalí que o estimularam e inspiraram alguns de seus trabalhos.

Famosa foto de Picasso e Vilaró

Em 1967, o artista abriu uma empresa de produção cinematográfica, "Dahlia" e começou a investir em suas qualidades como cineasta.

Um triste acontecimento abalou a sua vida em otubro 1972 envolvendo o seu filho "Carlitos" Páez Rodríguez. Um dos acidentes aéreos mais conhecidos, a queda de um avião da Força Aérea Uruguaia na Cordilheira dos Andes com 45 passageiros que levava um time de rugby e que ficou mais conhecido ainda pelo fato dos sobreviventes se submeterem a comer carne humana de seus amigos já mortos.

Vilaró participou ativamente da missão de busca e salvamento dos 16 sobreviventes da queda, incluindo o seu filho com quem se rencontrou apenas em dezembro daquele ano, dois meses após o acidente.

Três sobreviventes em frente do que sobrou do avião.
Disponível em http://www.viven.com.uy/571/default.asp
Acesso em 12.08.2011

Depois de todo o sofrimento passado, Vilaró decidiu escrever um livro sobre o acidente que envolveu o seu filho, passando através dele toda a sua aflição sofrida. O livro ajudou a recriar a história através do filme Vivos de Frank Marshall, um grande sucesso em Hollywood.