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Sposalizio della Vergine, Raffaello (fonte) |
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Sposalizio della Vergine, Perugino (fonte) |
O belíssimo "Sposalizio della Vergine" de Raffaello (Casamento da Virgem, pintura a óleo sobre madeira de 1504 hoje exposta na Pinacoteca de Brera em Milão - Itália) é uma das minhas obras renascentistas preferidas e é a obra mais importante de Raffaello antes de sua fase madura como artista, além de ser a primeira assinada e datada (é possível ver sua assinatura no centro do templo acima da porta). O artista nunca escondeu que usou como referência a homônima obra de seu mestre Perugino mas apesar de serem parecidas, Raffaello conseguiu dar mais naturalidade à sua.
Em primeiro plano vemos a cena do casamento de Maria e José e à direita de Maria uma série de pretendentes cada um com um bastão nas mãos. De acordo com o evangelho, Maria se casaria com aquele que tivesse o bastão florido e como se vê o único florido é o de José o que causa ira nos demais pretendentes evidenciada no homem ao seu lado que quebra seu bastão. O templo ao fundo provavelmente foi inspirado no "Tempio di San Pietro in Montorio", obra de Donato Bramante (o artista que futuramente o ajudaria a chegar até o Vaticano, o momento mais importante de sua vida) mas quando a obra foi pintada o templo ainda não estava pronto o que faz estudiosos acreditarem que Raffaello teve acesso ao projeto do templo devido a sua amizade com Bramante. Através da porta central do templo vê-se o céu que simboliza Deus abençoando a união.
Após a sua ida para Città di Castello, a fama do artista começou a crescer cada vez mais e entre os anos 1500 e 1504 surgiram diversas encomendas entre elas os três retábulos de Perúgia: o "Pala Colonna" para o altar da Chiesa del Convento di Sant'Antonio (em português chamado de "Madona e o Menino Entronados com Santos", uma pintura a óleo sobre madeira de 1503-1505 hoje exposta no Museu Metropolitano de Artes de Nova York), a "Pala degli Oddi" para a Chiesa di San Francesco al Prato ("Retábulo de Oddi", pintura a óleo sobre madeira de 1502-1503 hoje exposta na Pinacoteca do Vaticano) e a "Assunzione della Vergine", também conhecida como "Madonna di Monteluce", para o altar da Chiesa del Convento di Monteluce ("Assunção da Virgem", pintura a óleo sobre madeira de 1503 terminada por outro artista, hoje também exposta na Pinacoteca do Vaticano).
Foi nessa mesma época que Raffaello pintou a "Resurrezione di Cristo" única obra do artista exposta no Brasil, no Museu de Artes de São Paulo ("Ressurreição de Cristo" ou "Ressurreição Kinnaird", pintura a óleo sobre madeira de 1499-1502).
A obra adquirida em 1954 pelo então diretor do MASP, Pietro Maria Bardi, é a mais coreográfica e movimentada daquela fase do artista e nela é possível ver os primeiros sinais de distanciamento da influência de Perugino através de uma maior preocupação com o equilíbrio entre os personagens e o ambiente e com a animação rítmica de suas composições. A cena representada por Raffaello é composta por Cristo erguendo-se de um sarcófago com uma face serena rodeado de dois anjos e quatro guardiões que se contorcem de espanto ao vê-lo, todos eles "fazendo movimentos" que nos induzem a olharmos para o personagem principal. A obra traz algumas influências de Pinturicchio como, por exemplo, na paisagem e nas roupas dos guardiões ricas em detalhes.
Foi a partir de 1503 que Raffaello com seus 20 anos, começou a frequentar outros centros artísticos como Siena onde trabalhou ao lado de Pinturicchio, Roma e Florença, o berço do renascimento.
Sua passagem por Siena foi breve pois enquanto estava lá ficou sabendo do sucesso que dois desenhos de Leonardo Da Vinci (naquela época já na casa dos 50 anos) e um de Michelangelo (com quase 30 anos) estavam fazendo em Florença.
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Uma dos desenhos de Da Vinci que levou Raffaello a Florença no início dos anos 1500. Cartone di Sant'Anna, Leonardo Da Vinci (1501-1505). Imagem disponível em http://it.wikipedia.org/ Acesso em 28.09.11 |
Raffaello chegou a Florença com uma carta de recomendação endereçada a uma espécie de governante da cidade com o objetivo de conseguir alguma encomenda oficial mas infelizmente a cidade estava sem dinheiro para novas encomendas já que havia recentemente encomendado a grandiosa Estátua "David di Michelangelo". Não demorou muito e logo o artista começou a receber encomendas particulares de famílias ricas entre elas a "Madonna del Cardellino" (em português "Madona do Pintassilgo", pintura a óleo sobre madeira de 1506 hoje restaurada e exposta na Galleria degli Uffizi em Florença). Essa é uma das obras que mostra o início da influência de Leonardo Da Vinci (a forma piramidal que os personagens se colocam e a paisagem) e de Michelangelo (a forma como o menino Jesus se apoia na perna e no pé da Nossa Senhora, provavelmente inspirado na estátua Madonna di Bruges de Michelangelo).
Em geral seu período em Florença foi muito marcado por essas encomendas privadas que geralmente eram sobre Nossa Senhora (obras conhecidas como la serie delle Madonne di Raffaello) onde pode aplicar diversas técnicas que estava aprendendo através dos trabalhos de grandes nomes como Da Vinci, Michelangelo e Donatelo, um dos fundadores do Renascimento que morreu em 1466, antes mesmo de Raffaello nascer.
Abaixo outras duas BELÍSSIMAS representações da Madonna, à esquerda a "Madonna del Belvedere" (ou "Madonna del Prato", pintura a óleo sobre madeira de 1506 hoje exposta no Museu Kunsthistorisches em Viena, Áustria) e à direita "La Bella Giardiniera" ("A Bela Jardineira", pintura a óleo sobre madeira de 1507 hoje exposta no Museu do Louvre em Paris).
Em 1508 a vida de Raffaello mudou completamente quando através de uma suposta indicação de Donato Bramante, o Papa Julio II o chamou para fazer parte de um grupo de artistas (entre eles Michelangelo, Bramante e Perugino) convocados para uma grande empreitada: a renovação urbana e artística de Roma e particularmente da Cidade do Vaticano. Foi com esse chamado que Raffaello enfrentou o maior desafio de sua vida.
Bramante e Michelangelo já eram conhecidos pelo Papa por isso não foi à toa que o primeiro recebeu a tarefa de projetar a Basílica de São Pedro e o segundo a de decorar a Capela Sistina. Já à Raffaello, um jovem artista em ascensão, foi dada a tarefa de fazer parte de um grupo de artistas responsável por decorar com afrescos algumas das salas da ala norte do Palácio do Vaticano, salas estas que faziam parte do "Apartamento" escolhido pelo Papa como residência.
O apartamento, hoje conhecido como Stanze di Raffaello, era composto de 4 salas e a primeira a ser decorada foi a hoje chamada de "Stanza della Segnatura" ("Sala da Assinatura", contendo os afrescos mais famosos de Raffaello realizados entre 1508 e 1511 no Museu do Vaticano). Assim que a equipe começou a trabalhar o Papa logo percebeu que Raffaello se destacava dos outros artistas e resolveu então nomeá-lo responsável pela empreitada.
A pintura da "Stanza della Segnatura", sala usada pelo Papa Julio II supostamente como biblioteca e escritório onde ele assinava decretos da corte eclesiástica, teve como tema central as categorias do conhecimento (Teologia, Filosofia, Poesia e Jurisprudência) e é formada por 4 afrescos nas paredes e um no teto; O afresco do teto foi o primeiro a ser realizado e apresenta no centro o brasão da família Della Rovere (família do Papa Julio II) e as imagens com a personificação da Teologia, Justiça, Filosofia e Poesia; Na parede em frente a porta de entrada vemos a "Disputa del Sacramento" que representa a Teologia através da relação entre a Igreja Triufante no céu e a Igreja Militante na terra.
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La Disputa del Sacramento, Stanza della Segnatura, Raffaello. Foto disponível em http://it.wikipedia.org/ Acesso em 29.09.11 |
A Igreja Triufante no plano superior é representada por Deus acima de todos e Jesus Cristo entre a Virgem e São José rodeados de anjos, santos, profetas e apóstolos todos muito tranquilos e serenos. No plano inferior temos a Igreja Militante representada por teólogos, médicos, papas e estudiosos (entre eles foram identificados Papa Júlio II e seu tio Papa Sisto VI, Dante, Bramante, entre outros). A imagem tenta passar o triunfo da religião e a revelação da verdade suprema que é Deus. No centro do plano inferior há uma hóstia logo abaixo do Espírito Santo, que mostra a real presença do corpo de cristo na mesma e como ele é representado na Igreja Militante.
O próximo afresco a ser iniciado foi a "Scuola di Atene" ("Escola de Atenas", 1509-1510 localizada em frente à "Disputa do Sacramento") considerada juntamente com a "Disputa del Sacramento" uma das obras-primas do artista. Enquanto a "Disputa do Sacramento" celebra a verdade revelada, a "Escola de Atenas" exalta a procura pela razão. Neste afresco estão representados os mais célebres filósofos e matemáticos da antiguidade de uma forma que todos parecem ser muito próximos e que juntos discutem pensamentos e reflexões sobre a filosofia.
Os personagens principais localizados no centro são Platão e Aristóteles, os dois principais filósofos da antiguidade. Platão, que carrega com si o "Timeu" (um livro contendo suas teorias), está apontando o dedo para cima indicando o supercelestial e que sua filosofia é baseada em idéias transcendentais, enquanto que Aristóteles, que carrega a "Ética a Nicômaco" contendo seus ideais, está com o braço esquerdo esticado com a palma da mão virada para o chão mostrando que seu método dedutivo é com base no estudo da natureza e nas coisas concretas. Dentre os diversos personagens que fazem parte da cena foram identificados Pitágoras, Alexandre O Grande, Sócrates, Ptolomeu, entre outros.
O quarto afresco da sala (terceiro na parede) foi o "Parnasso" (1510-1511) que fica à esquerda da "Scuola di Atene". A cena representa o Monte Parnaso situado no centro da Grécia que, segundo a mitologia grega, era o local onde o Deus Apolo e suas nove musas viviam. No centro da imagem há a representação de Apolo com uma coroa de loro tocando um instrumento e a seu redor, as musas.
Por fim, em frente ao "Parnasso" encontramos o último afresco desta sala, o "Virtù e la Legge" ("Virtude e a Lei", afresco de 1511) que representa as quatro virtudes cardinais: Força, Prudência, Temperança e Justiça. Na parte superior acima da janela estão representadas a Força, Prudência e a Temperança e nas laterais a Justiça através das imagens do jurista bizantino Triboniano entregando o Pandectae (um conjunto de livros contendo normas e leis romanas) ao imperador bizantino Justiniano (lateral esquerda) e do Papa Gregório IX aprovando a Decretales que contém disposições jurídicas gerais (lateral direita).
Em 1511 Raffaello e seus assistentes começaram os afrescos da "Stanza di Eliodoro" sala destinada às audiências privadas do pontífice. O tema escolhido para a sala foi baseado no clima de incerteza política que os Estados Pontifícios estavam vivendo na época. Ficou decidido então que os afrescos documentariam momentos históricos do Antigo Testamento até a época medieval em que ficou evidente a proteção de Deus à Igreja descrevendo alguns interventos milagrosos contra inimigos internos e externos.
O primeiro afresco foi o "Cacciata di Eliodoro al Tempio" ("A expulsão de Heliodoro do Templo" de 1511-1512) que deu origem ao nome da sala. O afresco apresenta o episódio bíblico em que Heliodoro, um ministro do rei da Síria do período de 187 a.C a 175 a.C, invade o Templo de Jerusalém para tentar roubar seu tesouro mas após as preces do Sacerdote Onias (localizado no centro da cena), três mensageiros de Deus, são enviados para expulsá-lo do Templo. A expulsão é ilustrada no canto direito do afresco. No canto esquerdo vemos o papa Julio II que assiste a cena da expulsão.
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Cacciata di Eliodoro dal Tempio, Stanza di Eliodoro, Raffaello. Imagem disponível em http://it.wikipedia.org/ Acesso em 30.09.11 |
O segundo afresco da sala foi o "Messa di Bolsena" ("Missa de Bolsena" de 1512) localizado à direita do primeiro. A cena retrata um episódio ocorrido em 1263 em Bolsena, uma cidade ao norte de Roma, onde durante a celebração de uma missa por um sacerdote da Boêmia que duvidava da transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de cristo viu gotas de sangue escorrer de uma hóstia no momento da consagração, evento esse que deu origem a festa cristã de Corpus Christi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264.
Do lado oposto à "Missa de Bolsena" encontramos o terceiro e o mais marcante afresco da sala, o "Liberazione di San Pietro" ("Libertação di São Pedro" de 1513-1514) que é baseado em um episódio do Novo Testamento. A obra ilustra o milagre da libertação de São Pedro de um cárcere com a ajuda de um anjo. A obra é dividida em 3 cenas: ao centro aparece São Pedro dormindo em uma cela quando o anjo surge para libertá-lo, à direita o anjo e ele já fora do cárcere caminhando entre os guardas que milagrosamente caíram no sono e à esquerda os soldados agitados após descobrirem a fuga. O afresco apresenta um belíssimo efeito de luz dando uma incrível profundidade espacial à obra. Na mesma época em que o afresco estava sendo realizado, morre o Papa Julio II.
O último afresco da sala foi o "Incontro di Leone Magno con Attila" ("Encontro do Papa Leão Magno com Átila de 1514) realizado após a morte do papa Julio II e durante o papado de Leão X. Nele vemos o episódio do encontro entre o Papa Leão I ou Leão Magno com o último rei dos Hunos, Átila, um dos maiores inimigos do Império Romano do Oriente e do Ocidente que tentava invadir a Península para chegar a Roma. Segundo a lenda, foi a aparição de São Pedro e São Paulo armados com espadas que fez com que Átila desistisse da invasão.
O teto da sala é afrescado com quatro episódios do Antigo Testamento: A arca de Noé, o Sacrifício de Isaac, Moisés diante da sarça ardente e a escada de Jacó.
A próxima sala, "Stanza dell'Incendio di Borgo" ("Sala do Incêndio do Borgo" afrescada de 1514 a 1517) a última sala que ainda contou com a forte presença de Raffaello, principalmente no primeiro afresco, já que além de estar envolvido com algumas obras em tapeçaria para a Capela Sistina, com a morte de Bramante o artista teve que assumir a arquitetura da Basílica de São Pedro por isso deixou os afrescos na mão de seus assistentes.
O tema principal da sala é a figura do Papa Leão X enaltecida através de histórias de outros dois papas com o mesmo nome: Papa Leão III e Papa Leão IV. O nome da sala é ligado ao primeiro afresco realizado na mesma, "Incendio di Borgo".
O "Incendio di Borgo" ("Incêndio de Borgo" de 1514) ilustra a história do incêndio que ocorreu em 847 no Borgo, uma dos "bairros" de Roma localizado em frente à antiga Basílica de São Pedro, que foi apagado pelo Papa Leão IV apenas com sua bênção dada de dentro da Loggia delle Benedizione (no centro da cena ao fundo), salvando a população e a Basílica. À esquerda vemos um templo em chamas e à direita um grupo de mulheres que carregam vasilhames com água para conter as chamas.
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Incendio di Borgo, Stanza dell'Incendio di Borgo, Raffaello e assistentes. Imagem disponível em http://upload.wikimedia.org/ Acesso em 30.09.11 |
O próximo afresco, já com uma intervenção menor de Raffaello foi o "Battaglia di Ostia" ("Batalha de Ostia" de 1514-1515) que conta a história da batalha ocorrida em 849 quando as embarcações do Papa Leão IV foram atacadas pelos Sarracenos (como os árabes eram chamados pelos cristãos). As figuras à direita do afresco, os edifícios e embarcações são atribuídas a dois de seus assistentes, enquanto que foram identificados traços de Raffaello na figura do Papa e nos cardeais.
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Battaglia di Ostia, Stanza dell'Incendio di Borgo, Raffaello e assistentes. Imagem disponível em http://upload.wikimedia.org/ Acesso em 30.09.11 |
No lado oposto da "Battaglia di Ostia" encontramos o "Incoronazione di Carlo Magno" ("Coroação de Carlos Magno" de 1516-1517) ainda com algumas figuras feitas por Raffaello. A cerimônia de coroação ocorreu na noite de natal do ano de 800 e foi celebrada pelo Papa Leão III na antiga Basílica de São Pedro representando a fundação do Sacro Império Romano. De acordo com os acontecimentos da época em que o afresco foi realizado, tudo indica que o afresco foi uma alusão ao acordo entre a Santa Sé e o Reino da França de 1515 em Bologna já que a imagem do papa Leão IV se assemelha muito ao Papa Leão X e a de Carlos Magno a Francesco I, o então rei francês.
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Incoronazione di Carlo Magno, Stanza dell'Incendio di Borgo, Raffaello e assistentes. Imagem disponível em http://upload.wikimedia.org/ Acesso em 30.09.11 |
O último afresco da "Stanza dell'Incendio di Borgo" foi o "Giustificazione di Leone" ou "Giuramento di Leone" ("Justificativa de Leão" ou "Juramento de Leão" de 1517) que retrata o dia anterior à coroação de Carlos Magno quando o Papa Leão III fez um juramento na antiga Basílica de São Pedro se purificando das calúnias de seu antecessor e reafirmando o princípio de que o Vigário de Cristo é o único responsável por suas ações perante a Deus. A forma como cena foi representada lembra muito o afresco "Messa di Bolsena" realizado na "Stanza di Eliodoro".
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Giustificazione di Leone, Stanza dell'Incendio di Borgo, Raffaello e assistentes. Imagem disponível em http://upload.wikimedia.org/ Acesso em 30.09.11 |
Essa foi a última sala que contou com a presença do artista que no auge de sua carreira e juventude morre em 1520 aos 37 anos de idade, antes de ver concluída a sua última Stanza. A "Stanza di Costantino" ("Sala de Constantino" de 1520-1524) destinada a cerimônias oficiais foi encomendada em 1517 e desenhada pelo artista mas a obra mesmo foi realizada pelos seus assistentes/alunos. A sala recebe esse nome em homenagem ao primeiro imperador romano que reconheceu oficialmente a religião cristã concedendo a liberdade de culto. O tema principal são as histórias de Constantino, o Grande, como a sua vitória sobre o paganismo e o estabelecimento da cidade de Roma.
Os afrescos representados são: "Visione della Croce" ("Visão da Cruz"), "Battaglia di Costantino contro Massenzio" ("Batalha de Constantino contra Magêncio"), "Battesimo di Costantino" ("Batismo de Constantino") e "Donazione di Roma" ("Doação de Roma").
Antes de sua morte Raffaello ainda foi responsável por diversas obras como edifícios, os tapetes da Sistina, A "Cappella Chigi", "Le Logge" do Palácio Apostólico do Vaticano e a própria Basílica de São Pedro iniciada por Bramante, mas falar sobre cada uma dessas obras seria interminável.
De todas essas obras paralelas ao período "Stanze di Raffaello" vou colocar aqui três delas que merecem maior destaque: o incrível "Ritratto di Giulio II" ("Retrato de Júlio II" de 1511), a "Madonna Sistina" ("Madona Sistina" de 1513-1514) e a "Trasfigurazione" ("Transfiguração" de 1518-1520).
O "Retrato de Julio II" é simplesmente de deixar o queixo caído tamanha a qualidade dos detalhes. A obra é uma pintura a óleo sobre madeira de 1511 e hoje está exposta na Galeria Nacional de Londres (existe uma cópia de 1512 feita por Tiziano na Galleria degli Uffizi em Florença).
A "Madonna Sistina" (uma pintura a óleo sobre tela hoje exposta na Gemäldegalerie na cidade alemã de Dresda), é uma obra muito interessante pois não foi só a obra em si que ganhou grande fama pelo mundo todo, mas também um pequeno detalhe nela. A pintura, de acordo com testemunhas, foi elaborada para fazer parte do Convento di San Sisto em Piacenza na Itália, mas outros dizem que era para fazer parte do túmulo do Papa Julio II. Enfim, o que importa é o que ela representa: A aparição do Papa e Santo Sisto I e Santa Bárbara sobre um leito de nuvens e Maria com o menino Jesus nos braços olhando para nós expectadores seguindo o conselho dos dois santos que a induzem a isso. É logo abaixo da Madonna que encontramos eles, os dois anjinhos pensativos mais famosos do mundo, considerados a obra mais popular de Raffaello e um dos símbolos do Renascimento e que na maioria das vezes são representados independentes.
Por fim a "Trasfigurazione" ("Transfiguração", pintura a óleo sobre madeira de 1518-1520 hoje exposta na Pinacoteca do Vaticano), a última obra de Raffaello antes de sua morte, completada por um de seus alunos, Giulio Romano. A obra é circundada de desavenças entre Raffaello e Michelangelo que juntos estavam trabalhando para o mesmo projeto mas em obras diferentes, mas antes de resolverem os seus problemas Raffaello morreu no dia 06 de abril de 1520 depois de 15 dias de uma febre intensa e a sua obra ainda incompleta foi colocada em frente ao seu leito de morte. Observa-se uma forte influência de Michelangelo na obra.
O túmulo de Raffaello hoje encontra-se no Pantheon em Roma como ele mesmo solicitou, e nele está escrito uma frase de Pietro Bembo, um cardeal, escritor e humanista italiano:
"Qui è quel Raffaello da cui, fin che visse, Madre Natura temette di essere superata, e quando morì temette di morire con lui."
"Aqui está aquele Rafael o qual, enquanto estava vivo, a Mãe Natureza temeu de ser superada e quando morreu, temeu de morrer com ele"
obrigada por isto, deu-me imenso jeito! texto muito bom :)
ResponderExcluirObrigada Ana! Fico que feliz que tenha gostado :DD
ExcluirOk tenho um quadro óleo sobre madeira gostaria que alguém me ajudassem sobre ele deixo meu e mail para contato ivanilsonn@gmail.com
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